1. Orações: no oração do dia, também chamada coleta, há uma proclamação da eternidade, onipotencia e amorosidade de Deus: Deus é sempre, está fora do tempo e vê tudo na totalidade e ele é todo-poderoso e nos ama, o que inspira confiança e segurança nele. Assim, apenas ele é capaz de, dirigindo uma vida, conduzi-la ao bom termo. Daí a súplica: "conduzi nossa vida segundo vosso amor", amor manifestado em Cristo Jesus, tanto mostrou como nos ama quanto mostou na vida de Cristo o modo de viver segundo o seu amor, por isso a oração pede para que "em nome do vosso Filho", possamos "frutificar em boas obras", fazer coisas boas, mas principalmente fazer-se boa obra de Deus. O que muito lembra a afirmação de Paulo em Filipenses: é Deus que realiza em nós o querer e o fazer. A Oração sobre oferenda suplica salvação e a pós-comunhão inspira gratidão pelos dons que o Senhor nos concede.
2. As leituras propostas são Isaías 8,23b-9,3; Salmo 26 (27),1.13.14; 1Corintios 1,10-13.17; Evangelho Segundo Mateus 4,12-23.
A passagem de Isaías é uma profecia referente a libertação de parte do povo de Deus (Israel, Reino do Norte) da dominção assíria: para os que "habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu" (9,1). Essa libertação se dará pelo reinado de alguém enviado por Deus e é marcada por grande alegria e felicidade, vivenciada pelo resgaste da dignidade e fim de humilhante opressão.
O Salmo 26 (27) retrada uma grande confiança - mesmo que exército se acampe contra mim - "O Senhor é minha luz e salvação; de quem terei medo?" E ao mesmo tempo invocação de coragem: "Espera no Senhor e tem coragem!" O que revela um interior divido e lutando com as armas da fé contra o medo. Merece destaque o v.13: "Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes". Ele expressa o desejo/confiança de toda pessoa que busca uma vida correta.
A passagem Primeira Carta aos Corintios, é bom lembrar que a Segunda Leitura da Missa no Tempo Comum é contíua, traz uma das difíceis situações que o Apóstolo vai enfretar nesta comunidade, tão rica em dons e tão rica em problemas, trata-se da divisão em partidos dos membros da comunidade. Aqui a divisão é expressada e causada pela 'preferencia' que cada um tem por pregadores diferentes; por isso o apelo ao pensamento concorde e o apontar para Cristo Crucificado como inspiração de superação destas divisões.
O Evangelho apresenta-nos Senhor no início de sua missão: anunciar o Reino e traz a resposta e condição de acolhida a este anúncio: conversão (deixar) e seguimento. Distingue-se na passagem alguns elementos: a) o local geográfico/profético do início: "Galileia dos pagãos": as antigas populações que já foram humilhadas pela colonização assíria (1a. Leitura) agora sofre a humilhação e preconceito dos judeus do sul, ao escolher este local para início da missão de seu Filho, o Pai mostra que veio buscar e salvar o que estava perdido; b) o conteúdo: a proximmidade do Reino dos Céus: luz que brilha na escuridão; c) e a resposta esperada diante do anuncio/chamado: conversão!
3. Podemos reunir todos os elementos da Palavra de Deus neste Domingo do seguinte modo: ao povo que imerso na escuridão e sombra da morte (o pecado) mas desejoso de luz e salvação, Deus, no seu amor, manisfesta Salvação em Jesus Cristo. Ele brilha no como luz nas trevas. Ele anuncia o Reino, preparado, pelo amor do Pai, está próximo. A resposta pedida é a conversão, seguimento e comprometimento com o Reino. Como os primeiros discípulos: Deixaram e seguiram para ser pescadores de homens. Este processo é contínuo da vida do cristão. E tudo começã pela conversão!
A proximidade e o distanciamento do Reino dos céus, a iluminação em Deus é vivida pela abertura e desejo de converão: Deus não vem para confirmar nossas obras e pensamentos, para ratificar o nosso modo de fazer as coisas, de condizir nossa vida, para se 'encaixar' em nosso sistema ou dançar de acordo com nosso ritmo. Ele vem para nos dizer como devemos agir e pensar, corrigir nosso modo de fazer as coisas e de conduzir nossa vida. Veio para subverter, virar de pernas pro ar nosso sistema.
Converter-se é armar-se de Luz. É um caminhar constante como filhos da luz. A comunidade de Corintios nos ensina que devemso ficar sempre atentos: depois de acolher o anúncio da salvação, fazer grandes progressos neste caminho, esquece de Cristo, as preferencias de cada um começa a falar mais alto. Então, "eu prefiro a 'segurança' em Cefas"; "eu não, eu prefiro a eloquencia de Apolo, do jeito como ele mexe com a gente!"... Quando não Cristo, e Cristo Crucificado a conduzir-nos para a mudança de vida, então divide-se a comunidade em partidos, divide-se Cristo.
