terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Lágrimas de Palhaço



O palhaço entra no picadeiro dando cambalhotas. A criançada dá gargalhada, bate palmas, grita de alegria. Por um instante ele é o centro das atenções, sua vida é o palco.
O espetáculo termina, o palhaço retira-se para o camarim. Ele tem uma vida além do circo. Nela, pouco consegue se alegrar.
Se tudo pudesse ser tão simples como colocar um nariz vermelho e uma peruca verde... mas a vida é mais, exige que ele se revista de coragem, vontade e amor.
O palhaço tem um filho que se envergonha de ter um pai palhaço,por isso não conta aos amiguinhos o que ele faz. Tem uma esposa que se orgulha dele, mas ela tem uma saúde que teima em querer deter sua existência.
E a vida parece paralisar depois do espetáculo e só retoma para ele no picadeiro.
O palhaço alimenta-se da alegria do seu show, mas esta não suporta as duras dores do seu triste mundo.
Sua função é o riso, seu caminho é de lágrimas. O paradoxo da existência deste palhaço nos ensina que aquilo que sofremos não deve implicar na missão que temos de abençoar. A bênção de um palhaço é fazer sorrir, o sinal de sua bênção é a gargalhada.
Apesar de tudo, o palhaço sabe, a vida não é o que lhe falta, mas o que ele tem a oferecer.
Na verdade o que nos sustenta é o que entregamos, muito mais do que aquilo que gostaríamos de receber.
Quando damos vida a alguém, de alguma forma, recebemos vida de volta.

"Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber". Atos 20:35

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