quinta-feira, 1 de março de 2012

Afetividade: Seus limites e sua ética

A saúde mental é um dos elementos fundamentais para uma boa qualidade de vida no planeta. Porém, estudos mostram que esta cada vez mais difícil alcançar essa qualidade, visto que valores e regras que sustentam o equilíbrio do indivíduo na sociedade estão sendo negados.
  Dentre os critérios de saúde mental estão o respeito e o cuidado por si mesmo, pelos outros, pelo planeta, seus animais e vegetação. Cuidar é um ato consciente que pode ser ensinado. É um dos maiores geradores de prazer que o ser humano conhece. Cuidar dos filhos adequadamente pode ser o início de uma grande transformação e social.
A afetividade é a dinâmica humana mais profunda e complexa que podemos experimentar. Inicia-se a partir do momento em que um sujeito se liga a outro, a partir do amor, um sentimento único, mas que traz outro sentimento complexo e profundo, que é o medo da perda deste amor.
Quanto maior o amor, maior o medo da separação, da perda e da morte. Esse medo pode desencadear outros sentimentos como ciúme, raiva, ódio, inveja, saudade... A afetividade é a mistura de todos esses sentimentos, e aprender a cuidar adequadamente de todas essas emoções é que vai proporcionar ao sujeito uma qualidade de vida emocional.
 Como nascemos apenas movidos pelo impulso ao prazer é natural que, ao vivermos um sentimento doloroso como a raiva ou o medo, reajamos, impulsivamente, com a destruição do objeto ou da situãção que provocou a dor. Só não temos consciência de que estamos destruindo também a fonte do prazer, do amor. É neste momento que o sujeito ainda pequeno e imaturo, necessita de um cuidador: outro sujeito (já cuidado) que vai colocar s limites necessários, impedindo-o de destruir a sua fonte de amor.
  Esse sujeito cuidador, em nome do Amor que sente pela criança, vai ajudá-la a não destruir o que lhe pe fonte de amor, impedindo-a de agir em nome da raiva ou do medo. Deve-se permitir a manifestação do sentimento, porém impedir atos que, apenas momentaneamente, aliviariam a dor do sentimento de desprazer. Pode sentir medo, raiva. Pode expressá-la através de choro ou palavras. Só não pode destruir a fonte de tais sentimentos. pois ela é também a fonte de prazer maior, o Amor.
  O cuidador deve impor os limites com autoridade, mas sem ser autoritário. Dizer a uma criança: "eu não quero que você me bata", e segurr sua mão impedindo-a de bater é caracterizado com como um limite, que é oferecer à criança os contornos, a fronteira até onde ela pode ir naquele momento. Uma criança normal vai reagir ao limite com choros e/ou crises. E é neste momento de frustração que lea vai aprender que pode suportar frustrações.
  Não é necessário muito tempo, mas sim , aproveitamento adequado do tempo quando se está cuidando. Aproveitamento adequado na hora adequada implica agir sem sentir prazer, frustrar desejos imediatos em nome de outro desejo maior: ver o sujeito que estou cuidando crescer sadio e equilibrado.

Dr. Ivan Roberto Capelatto,
Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta
in Revista Brasil Cristão - Janeiro de 2012

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