quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Desespero e serenidade

O desespero nos é um inimigo terrível, pois o mesmo faz com que muitas situações possam fugir do nosso controle, quando toma conta de nós, nos agitamos e aí abrimos a porta para a maior de todas as nossas fraquezas, pois o desesperar-se vem de algo que já é presente em nosso interior, e quanto mais nos agitamos, mais mal causamos a nós mesmo, mais perturbações causamos em nosso ser. Na maioria das vezes entramos em pânico devido situações vividas em nosso passado que causaram algum sofrimento ou decepção igual ou semelhante de um fato presente. O contrário do desespero é a serenidade, que é algo que tocamos a partir do momento que olhamos para os fatos não como ele aparenta ser, mais na realidade como eles são e devem ser olhados, por que o desespero gera mais desespero, mais quando invertemos a lente e colocamos os para quê; entendemos o sentido do desconhecido, por que todo desconhecido tem os dois lados, tudo depende de como o olhamos; se buscamos olhar para os fatos com serenidade, a alegria estará sempre estampada em nosso rosto, embora as pessoas não compreendam, pois o essencial é saber olhar com um olhar de esperança.

Irmã Maria Eunice


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Campanha da Fraternidade 2012

“Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf.Eclo 38,8).

Este ano, a campanha tem como tema “Fraternidade e Saúde Pública” e lema: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf.Eclo 38,8). O objetivo geral da Campanha da Fraternidade de 2012 é “Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção dos enfermos, e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde” (p. 12 do Texto-Base).

A Campanha da Fraternidade 2012 ainda apresenta seis objetivos específicos:

- Disseminar o conceito de bem viver e sensibilizar para a prática de hábitos de vida saudável.
- Sensibilizar as pessoas para o serviço aos enfermos, o suprimento de suas necessidades e a integração na comunidade.
- Alertar para a importância da organização da pastoral da Saúde nas comunidades: criar onde não existe, fortalecer onde está incipiente e dinamizá-la onde ela já existe.
- Difundir dados sobre a realidade da saúde no Brasil e seus desafios, como sua estreita relação com os aspectos socioculturais de nossa sociedade.
- Despertar nas comunidades a discussão sobre a realidade da saúde pública, visando à defesa do SUS e à reivindicação do seu justo financiamento.
- Qualificar a comunidade para acompanhar as ações da gestão pública e exigir a aplicação dos recursos públicos com transparência, especialmente na saúde” (cf. p. 12 do Texto-Base da CF).

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Recomeço

«A vida, nas suas várias expressões (laborais, familiares, afetivas…) precisa de recomeços que o sejam verdadeiramente. Não nos podemos instalar simplesmente nas vitórias de ontem, nos saberes adquiridos de um dia, nas experiências de uma determinada etapa.



O recomeço supõe uma abertura esperançada em relação ao hoje, encarando-o com a pobreza e a ousadia de quem aceita, depois de ter percorrido já uma estrada, considerar que está novamente, e que estará até ao fim, a viver sucessivos pontos de partida.»


José Tolentino Mendonça, postado in Abrigo dos Sábios 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Uma reflexão sobre o desapego...

Uma querida amiga escreveu este texto e dedicou-me carinhosamente. Compartilho aqui esta bonita reflexão sobre o desapego (Por Rosana)


                                                                      Desapego

Quando pensamos em um ser altamente espiritualizado faz mais sentido imaginar essa pessoa no alto de uma montanha usando roupas de cores neutras e meditando, ou na frente do computador colocando o que está pensando no Twitter?

De alguma forma, na nossa percepção, o desapego aparece com um sintoma de que a vida espiritual de uma pessoa foi adiante. E isso realmente é verdade. Descobrir o ...lado religioso e espiritual normalmente põe em foco o valor que damos para as coisas. Nos grandes homens de Deus, isso fica muito nítido. É difícil pensar em Jesus reclamando de um discípulo que acabou de comer o último pão da cesta ou Abraão correndo para ser o primeiro na fila do táxi.

Mas, essa imagem, embora admirável, acaba gerando um abismo entre nós e o desapego. Por que encaramos o modelo de um grande mestre como patamar inatingível, e dizemos a nós mesmos que nunca vamos chegar lá. O que quero dizer é que, parece haver um conflito entre a vida espiritual e a vida “material”, ou seja, a vida que levamos normalmente – emprego, escola, casa, família, contas. Parece que se conquistarmos muitas coisas, necessariamente, ficaremos presos a elas por meio do apego e, por outro lado, parece que a outra opção – uma vida “desapegada” – é comprar uma barraca, parar de tomar banho e ir vender acessórios pela cidade. Mas esse conflito não precisa – nem deveria – existir.

Pra começar, todos nós somos desapegados em diversos momentos da nossa vida. É tão natural que nem percebemos. Geralmente, esse desapego, se revela em alguma coisa com a qual não damos a mínima. Tipo quando você, meio sem fome, escolhe um prato em um restaurante e o garçom solta o famoso “tem, mas acabou..” . O que você faz? Se suicida? Claro que não! Você nem pensa duas vezes, escolhe outro prato ou até desiste de comer. Desapego puro!
O que é mais interessante é que essa cena revela nossa maior dificuldade em relação ao desapego (normalmente nós confundimos “gostar e cuidar” com “apegar-se a”). Para nós, o nível de desapego com relação a uma coisa é inversamente proporcional ao nível de afeto que temos por ela. Quanto mais amamos, mais nos prendemos ao que é amado.

Natural, não? Quem não gosta de ter sempre por perto a família, amigos, o namorado, noivo? Quem não tem uma roupa preferida, uma comida predileta? Até aí tudo bem. Mas, pense por um instante quantas dessas coisas poderiam pôr você numa pior se você as perdesse. Parentes que brigam, amigos que se mudam, o noivado/namoro que acaba, bichinhos de estimação que passam dessa pra melhor... A lista pode ficar bem grande, afinal, a perda é parte da vida . E perda para nós é sofrimento. Então constatamos, por que gostamos, sofremos? É possível gostar e não ser apegado?

Vamos supor que você recebeu flores no aniversário de namoro. Quando você as viu pela primeira vez, ficou encantada. Mas, em cinco dias, elas terão murchado completamente, e toda beleza terá desaparecido. Faz sentido chorar pelo ciclo natural da vida?
Uma vez, um amigo comentou comigo sobre um casal que havia perdido o filho. Ele me disse que eles nunca mais foram o mesmos e que, apesar de terem superado a perda, a alegria de viver nunca havia voltado. Eu disse a ele que provavelmente eles não haviam superado realmente a perda, então. Ele respondeu dizendo que eu dizia aquilo por que eu não tinha filhos e que não entendia e etc.. Eu me calei, o que você fala em uma hora dessas não é? Não tenho filhos mesmo. Mas fiquei pensando , que a perda de uma vida acabou resultando na perda de outras duas. Ao se apegarem à memória do filho e da vida que tinham antes, os pais vedaram, a si mesmos o acesso a uma vida feliz. Diferente da que tinham antes com certeza, mais contemplativa talvez, mas feliz certamente. Não importa o que venhamos a perder, a possibilidade de felicidade não nos está negada. Por que ela não está fora, mas dentro de nós. E realizar isso abre as portas para o desapego.

De novo – perder é parte da vida. Tudo que tem um começo, tem um fim. O desapego não brota de um não- gostar, de ser indiferente. O desapego floresce de um entendimento profundo do ciclo da vida. É tão fácil dizer “Oi!”, por que é tão difícil dizer “adeus”? Se “o futuro é uma astronave que tentamos pilotar”, como diz Toquinho, o presente é uma estação espacial, cheia de possibilidades. Embarcamos em diversas jornadas ao longo da vida, algumas vezes acompanhados, outras vezes sozinhos. Encontramos e nos despedimos das pessoas diariamente sem saber se as veremos de novo, mas dizemos “ até logo” assumindo que o “logo” virá.

Que possamos nos desprender das coisas “materiais” que amamos, como nos desprendemos de tudo que passa. Os momentos com essas coisas/pessoas pode ter sido ótimo, os melhores de sua vida, mas acaba.. Como a palavra de Deus fala:
“ Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.” (2Co 4:18)
Desapego é liberdade. É oportunidade. Coisas novas querem vir. Mas não esqueça, um dia elas irão embora. E assim se faz o fluxo natural da vida.

Desapegue-se. Deixe vir, deixe ir...


Giovanna Belém,  in Facebook

Viajando para nosso próprio ser: Humanizando-nos.

Neste trecho do livro "12 Semanas para mudar uma vida" o autor Augusto Cury aborda um importante tema. O Autodiálogo, que pode ser chamado também de Mesa redonda do "Eu", como forma de viajar para o mais profundo do nosso ser, humanizando-nos, compreendendo-nos, conhecendo as raízes de nossas emoções, as quais produzem as mais variadas reações comportamentais em nossa vida.

Parece loucura dialogar consigo mesmo, mas loucura é a ausência de um autodiálogo inteligente. Uma pessoa que pratica autodiálogo não apenas tem mais condições de superar suas misérias psíquicas, mas também de se humanizar, ou seja, de se tornar tolerante, serena e humilde, pois reconhece, suas limitações, suas fragilidades.
A Mesa-Redonda do "Eu" nos tira do trono do orgulho, da auto-suficiência. Raramente consigo julgar, sofrer em demasia e desistir das pessoas que me aborrecem, porque tenho aprendido a fazer um autodiálogo. Essa prática me faz interiorizar e compreender que eu também tenho muitas falhas e limitações. Quando você entende sua pequenez é fácil entender a pequenez dos outros. Quando nos colocamos num pedestal é fácil julgar e condenar.
A grandeza de ser um humano está na sua capacidade de se fazer pequeno para poder se colocar no lugar dos outros e entender o que está por detrás das suas reações...
Se os terroristas palestinos praticassem a Mesa-Redonda do "Eu", eles jamais explodiriam seus corpos para destruir pessoa inocentes. Entenderiam que não somos árabes, judeus e americanos, mas membros de uma única e inestimável espécie. Amariam mais, julgariam menos, compreenderiam mais. Entenderiam que os erros que são cometidos contra seu povo são fruto de uma espécie que não se interioriza nem reconhece suas falhas.
Do mesmo modo, se os judeus praticassem essa técnica, entenderiam que, independente das suas diferenças culturais e religiosas, os palestinos são mais do que sangue do seu sangue, mas portadores idênticos do mesmo fascinante espetáculo dos pensamentos. Eles iriam para a Faixa de Gaza, se abraçariam, se beijariam e escreveriam novas páginas na história.
Quem faz a Mesa-Redonda do "Eu" fortalece sua capacidade de ser autor da sua história, de tomar decisões, de fazer escolhas e de compreender que toda escolha implica perdas. Não é possível escolher a paz sem sofrer perdas. No campo dos conflitos sociais, quem tem mais consciência da grandeza da vida tem de estar disposto a sofrer mais perdas.

Augusto Cury in "12 Semanas para mudar uma vida"

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